terça-feira, 18 de março de 2014

FISIOTERAPIA AQUÁTICA OU HIDROTERAPIA: UMA OPÇÃO INTELIGENTE

O QUE É FISIOTERAPIA AQUÁTICA?
Fisioterapia aquática é hoje o termo mais conhecido para exercícios terapêuticos realizados em piscina aquecida e coberta, com orientação total e restrita do profissional de fisioterapia onde, através do uso de inúmeras técnicas de reabilitação, como o Watsu, Bad Ragaz, manipulações, hidromassagem, massoterapia, etc., associadas às propriedades físicas da água, principalmente a pressão hidrostática, flutuação, viscosidade e aos efeitos do calor, proporcionam aos pacientes efeitos fisiológicos que já surgem imediatamente após a imersão.

HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Os benefícios do uso da água no tratamento das articulações acometidas foram defendidos por Hipócrates, cultivados por Romanos, explorados por uma fonte de água mineral entusiasta no século XVIII e levados em direção à prática contemporânea como um resultado das guerras mundiais, quando os exercícios foram incluídos na tentativa de acelerar a recuperação dos soldados.
Desta forma, as terapias aquáticas ficaram esquecidas, até que o homem, após a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de chegar ao espaço, começou a treinar astronautas nas piscinas da NASA para simular a ausência da gravidade.
Atualmente os profissionais da área da saúde estão novamente olhando para o ambiente aquático como uma maneira segura, eficaz e barata de utilizar a água para prevenir e tratar as doenças.
Portanto, a reabilitação aquática é um novo nome para um método de tratamento que possui raízes antigas. Pode-se considerar que a reabilitação aquática é um termo do final do século XX que descreve uma teoria científica, associada a fundamentos médicos e uma série de procedimentos clínicos que fazem uso da imersão em água para restauração da mobilidade física e da atividade fisiológica e, às vezes, para obtenção de transformações fisiológicas.

COMO FUNCIONAM OS ATENDIMENTOS?
Os pacientes são atendidos em uma piscina aquecida com temperatura entre 33ºC e 35ºC, em grupos de até oito pessoas ou individualmente conforme o diagnóstico clínico e avaliação do fisioterapeuta.
O atendimento dura em média quarenta e cinco minutos e o fisioterapeuta permanece dentro da piscina orientando os pacientes.
As entradas e saídas do paciente na piscina são diferenciadas entre pacientes que deambulam e que não deambulam, bem como os procedimentos utilizados para a adaptação do indivíduo ao meio líquido.
Vale lembrar que todo o programa e execução do tratamento são personalizados e específicos para cada pessoa e os pacientes não precisam saber nadar nem mergulhar para realizar o tratamento.

QUEM ENCAMINHA PARA O TRATAMENTO?
Para iniciar o tratamento o ideal é procurar um médico, para que ele faça uma avaliação física e libere o paciente para o tratamento na piscina.

INDICAÇÕES DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA:
Serão descritos a seguir algumas patologias ou seqüelas beneficiadas pelo tratamento:
Reumáticas: artrite reumatóide, febre reumática, espondilite anquilosante, osteoartrites ou artroses, tendinites, bursites, capsulites, miosites, discopatias degenerativas, polimialgias, etc.
Ortopédicas e Traumatológicas: fraturas consolidadas ou em fase de consolidação, alterações posturais, pós-lesões traumáticas como entorses, luxações, subluxações, lesões impactantes, etc., além de pós-operatórios ósseos e articulares.
Neurológicas: Parkinson, Alzheimer, seqüelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Traumatismo Raquimedular (TRM), Poliomielite, Polineuropatias, Traumatismo Cranioencefélico (TCE), Paralisia Cerebral (PC), Tumores do SNC, doenças degenerativas do Sistema Nervoso, como distrofias musculares, além de lesões periféricas de nervos, síndromes neurológicas e pós-operatórios em geral.
Respiratórias: asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística e seqüelas de infecções respiratórias, pós-operatórios, etc.
Cardíacas: hipertensos, alterações valvulares, etc.
Ginecologia e Obstetrícia - Pré e pós-parto, gestantes, etc.
Geriatria - patologias diversas decorrentes ou não do envelhecimento.

BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS:
A hidroterapia combina várias técnicas de exercícios e teorias de tratamento proporcionando aos pacientes vários benefícios:
  • Alívio da dor e espasmos musculares;
  • Manutenção ou aumento da amplitude de movimento articular;
  • Fortalecimento muscular e reeducação dos músculos paralisados;
  • Melhora na circulação sangüínea, diminuindo de edemas e facilitando o retorno venoso;
  • Manutenção e melhora do equilíbrio corporal, propriocepção, coordenação motora e postura;
  • Promove o relaxamento muscular e emocional;
  • Melhora a capacidade pulmonar, estimulando o trabalho respiratório;
  • Melhora o condicionamento cardiovascular.
  • Oferece oportunidade para a recreação e a socialização enquanto se realiza a terapia.
  • Facilita a execução de movimentos que são difíceis de serem realizadas no solo.
  • Nos casos de lesões com restrições de descarga de peso corporal no solo, facilita a movimentação sem que haja descarga total ou parcial do peso corporal.
Além de haver um encorajamento das atividades da vida diária e uma sensação de bem estar físico e psicológico.

CONTRA-INDICAÇÕES:
Como em qualquer modalidade de tratamento, existem também as contra-indicações à terapia em piscina e em alguns casos são necessários precauções a fim de prevenir a proliferação de doenças e constrangimentos ao paciente.
As contra-indicações são consideradas absolutas ou relativas de acordo com a gravidade da patologia, as que devem ser observadas com mais cuidado são:
  • Doenças transmitidas pela água (infecções de pele) – Contra-indicação absoluta
  • Sintomas de trombose venosa profunda - Contra-indicação absoluta
  • Febre acima de 38°C - Contra-indicação absoluta
  • Insuficiência cardíaca - Contra-indicação absoluta
  • Pressão arterial descontrolada - Contra-indicação absoluta
  • Incontinência urinária e fecal - Contra-indicação relativa
  • Epilepsias - Contra-indicação relativa
  • Baixa capacidade pulmonar vital - Contra-indicação relativa
  • Doenças sistêmicas - Contra-indicação relativa

ALGUMAS TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO AQUÁTICA: 
Método dos anéis de Bad Ragaz
O método dos anéis de Bad Ragaz é uma coleção de técnicas terapêuticas efetuadas na água que foram desenvolvidas através dos anos nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça. Ainda em evolução, o método é usado internacionalmente para reeducação muscular, fortalecimento, tração/ alongamento espinhal, relaxamento e inibição do tônus na água.
Em 1957, avanços técnicos desenvolvidos pelo Dr. Knupfer, de Wilbard, na Alemanha, foram introduzidos em Bad Ragaz por Nele Ipsen. Os exercícios de Knupfer refinaram o método para uma técnica de tratamento horizontal na qual o paciente era suportado flutuando sobre suas costas por meio de anéis de flutuação em torno do pescoço e região pélvica e embaixo dos joelhos e tornozelos.
Atualmente, o método de Bad Ragaz incorpora técnicas de movimentos com padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização, fornecidos pelo terapeuta. O paciente ainda é mantido em decúbito dorsal utilizando flutuadores nos mesmos segmentos anatômicos. As técnicas são usadas para pacientes ortopédicos ou com comprometimento neurológico. Tanto técnicas ativas quanto passivas são incorporadas com vários objetivos terapêuticos, incluindo redução do tônus, pré-treinamento de marcha, estabilização do tronco e exercício ativo e resistido.

Método Halliwick
O método Halliwick foi desenvolvido por McMillan em 1949 na Halliwick School for Girl, em Southgate, Londres. A principal finalidade das técnicas de McMiIllan era ajudar as pacientes com incapacidades a tornarem-se mais independentes e treinadas para nadar. A ênfase inicial do método Halliwck era de natureza recreativa, com um objetivo de independência individual na água.
Com o passar dos anos, McMillan manteve seus protocolos originais e adotou outras técnicas adicionadas ao seu método original. Mais recentemente, essas técn icas têm sido usadas terapeuticamente por muitos profissionais para tratar pacientes pediátricos e adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas. O método Halliwick enfatiza as habilidades dos pacientes na água, e não as deficiências em terra.

Método WATSU
O Watsu foi criado como uma técnica de massagem ou bem-estar que não era necessariamente destinada a “pacientes” tais como são classicamente definidos. Entretanto, terapeutas de reabilitação aquática aplicaram a abordagem à pacientes com uma variedade de distúrbios neuromusculares e músculos esqueléticos e relataram sucesso empírico.
Um dos resultados mais benéficos do Watsu é o alongamento eficaz. Através do alongamento, admite-se que os meridianos fiquem mais perto da superfície do corpo, onde a energia que eles carregam pode ser liberada. Esses efeitos são embelezados por movimentos rotacionais que liberam energia bloqueada. O paciente permanece completamente passivo e muitas vezes, experimenta um relaxamento profundo a partir da sustentação pela água e um contínuo movimento rítmico dos vários fluxos.

AS DIFERENÇAS ENTRE HIDROGINÁSTICA E HIDROTERAPIA
A Hidroginástica
Hidroginástica é um conjunto de exercícios corporais realizados em grupo, em uma piscina, geralmente com temperatura entre 25 e 27 graus, com objetivo da manutenção profilática da saúde. Visa o fortalecimento muscular, o condicionamento físico geral, cardiovascular e respiratório.

A Hidroterapia
A hidroterapia, por sua vez, é um recurso terapêutico, utilizado pela fisioterapia para tratar diferentes patologias, é realizada em piscina aquecida com temperatura entre 34 e 35 graus.
Na Hidroterapia, são traçadas condutas e exercícios personalizados para cada pessoa, de forma a acelerar e facilitar a reabilitação, recuperar a saúde e também mantê-la.
Pode-se então acrescentar que não existe aula de Hidroterapia, mas sim sessões de fisioterapia.

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