terça-feira, 24 de março de 2015

AUTISMO

O que é Autismo?

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social.
Em maio de 2013 foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe algumas mudanças importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de nomes de doenças e condições que já existiam.
Nesse manual, o autismo, assim como a Síndrome de Asperger, foi incorporado a um novo termo médico e englobador, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com essa nova definição, a Síndrome de Asperger passa a ser considerada, portanto, uma forma mais branda de autismo. Dessa forma, os pacientes são diagnosticados apenas em graus de comprometimento, dessa forma o diagnóstico fica mais completo.
O Transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de “Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia”, de acordo com o DSM-V.

Causas

As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa. Provavelmente, há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética é de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação.
De qualquer maneira, muitos genes parecem estar envolvidos nas causas do autismo. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a gravidade dos sintomas.
Quanto aos fatores externos que possam contribuir para o surgimento do transtorno estão a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato digestório, contaminação por mercúrio e sensibilidade a vacinas.

Autismo e vacinas

E por falar nelas, ainda se acredita muito que algumas vacinas possam causar autismo em crianças. Os pais podem pedir ao médico ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusem a aplicação da vacina. No entanto, é importante pensar também nos riscos de não vacinar a criança.
Algumas pessoas acreditam que uma pequena quantidade de mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum em vacinas multidose, causa autismo ou TDAH. No entanto, as pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro.
American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela é responsável pelo número de crianças que atualmente são diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios das vacinas são maiores do que os riscos.
Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas de dose única em que não foi adicionado mercúrio.
Quantas crianças têm autismo?
O número exato de crianças com autismo é desconhecido. Um relatório publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios relacionados são muito mais comuns do que se imagina. Não está claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior capacidade de diagnóstico do problema.
O autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas. Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar no risco de autismo.
Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se deve a novas definições do transtorno. O termo "autismo" agora inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional poderia ser simplesmente considerada tímida ou com dificuldade de aprendizado há 30 anos.
Outros transtornos de desenvolvimento parecido incluem:
  • Síndrome de Rett: muito diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino
  • Transtorno desintegrativo da infância: doença rara em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece tudo antes dos 10 anos de idade
  • Transtorno de desenvolvimento pervasivo: não especificado, também chamado de autismo atípico.

Fatores de risco


Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento do autismo. Confira:
    • Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas
    • Histórico familiar: famílias que já tenham tido algum integrante com autismo correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho autista apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos
    • Outros transtornos: crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos
    • Idade dos pais: quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.

    Sintomas de Autismo

    A maioria dos pais de crianças com autismo suspeita que algo está errado antes de a criança completar 18 meses de idade e busca ajuda antes que ela atinja 2 anos. As crianças com autismo normalmente têm dificuldade em:
    • Brincar de faz de conta
    • Interações sociais
    • Comunicação verbal e não verbal
    Algumas crianças com autismo parecem normais antes de um ou dois anos, mas de repente "regridem" e perdem as habilidades linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente. Esse tipo de autismo é chamado de autismo regressivo.
    Uma pessoa com autismo pode:
    • Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis (por exemplo, eles podem se recusar a usar roupas "que dão coceira" e ficam angustiados se são forçados a usálas)
    • Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina
    • Fazer movimentos corporais repetitivos
    • Demonstrar apego anormal aos objetos.
    Os sintomas do autismo podem variar de moderados a graves.
    Os problemas de comunicação no autismo podem incluir:
    • Não poder iniciar ou manter uma conversa social
    • Comunicar-se com gestos em vez de palavras
    • Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
    • Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
    • Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água")
    • Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida)
    • Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
    • Usar rimas sem sentido
    Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem sempre a criança apresentará todos eles. Entre os grupos de sintomas que podem afetar uma pessoa com autismo estão:

    Interação social

    • Não faz amigos
    • Não participa de jogos interativos
    • É retraído
    • Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
    • Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
    • Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
    • Mostra falta de empatia

    Resposta a informações sensoriais

    • Não se assusta com sons altos
    • Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos
    • Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos
    • Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo
    • Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
    • Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor

    Brincadeiras

    • Não imita as ações dos outros
    • Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
    • Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação

    Comportamentos

    • Acessos de raiva intensos
    • Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
    • Baixa capacidade de atenção
    • Poucos interesses
    • É hiperativo ou muito passivo
    • Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
    • Necessidade intensa de repetição
    • Faz movimentos corporais repetitivos

    Buscando ajuda médica

    Crianças, em geral, dão os primeiros sinais de autismo logo no primeiro ano de vida. Se você notar qualquer sinal do transtorno em seu filho, converse com um médico. Ele poderá recomendar exames específicos. Os comportamentos da criança de alerta são:
    • Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses
    • Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses
    • Não balbuciar aos 12 meses
    • Não gesticular aos 12 meses
    • Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses
    • Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses
    • Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.

    Na consulta médica

    É provável que um clínico geral consiga fazer o diagnóstico de dermatite de contato analisando seus sintomas. No entanto, você pode ser encaminhado para um dermatologista, médico especialista em pele.
    Como as consultas costumam ser breves e há muitas informações e perguntas para cobrir, é uma boa ideia estar bem preparado. Aqui estão algumas informações para ajudar no diagnóstico mais rápido:
    • Anote quaisquer sintomas que você está enfrentando, inclusive os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta
    • Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de vida recentes
    • Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou suplementos que você está tomando
    • Leve um membro da família ou amigo junto. Às vezes pode ser difícil lembrar todas as informações fornecidas durante a consulta. Alguém que acompanha você pode se lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.

    O que esperar do médico?

    Médicos costumam fazer várias perguntas. É importante estar preparado para respondê-las. Confira alguns exemplos de questões que poderão ser levantadas por um especialista:
    • Quais comportamentos em específicos levaram você a procurar ajuda médica para seu filho?
    • Quando os primeiros sintomas começaram?
    • Esses comportamentos atípicos são frequentes ou ocasionais?
    • Quais os hábitos favoritos de seu filho?
    • Seu filho interage com familiares e outras crianças?
    • Sua família tem histórico de autismo ou algum outro transtorno cerebral?

    Diagnóstico de Autismo

    O médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso. Geralmente, ele é feito antes dos três anos de idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo.
    Para realizar o diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos sintomas clássicos do transtorno.

    Exames

    Todas as crianças devem fazer exames de desenvolvimento de rotina com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o médico ou os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem.
    Essas crianças poderão fazer uma avaliação auditiva, teste de chumbo no sangue e teste de triagem para autismo, como a lista de verificação de autismo em crianças (CHAT) ou o questionário para triagem de autismo.
    Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de autismo normalmente é necessário para fazer o diagnóstico. Como não há testes biológicos para o autismo, o diagnóstico muitas vezes será feito com base em critérios muito específicos.
    Uma avaliação de autismo normalmente inclui um exame físico e neurológico completo. Pode incluir também alguma ferramenta de exame específica, como:
    • Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
    • Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
    • Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
    • Escala de classificação do autismo de Gilliam
    • Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.
    As crianças com autismo ou suspeita de autismo normalmente passarão por testes genéticos em busca de anomalias nos cromossomos.
    O autismo inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a criança com suspeita de autismo. Eles podem avaliar: comunicação, linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de pensamento.
    Convivendo/ Prognóstico

      O autismo continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e suas famílias, mas a perspectiva atual é muito melhor do que na geração passada. Naquela época, a maioria das pessoas com autismo era internada em instituições.
      Hoje, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem melhorar, mesmo que algumas pessoas permaneçam com alguns sintomas durante toda a vida. A maioria das pessoas com autismo consegue viver com suas famílias ou na sociedade.
      A perspectiva depende da gravidade do autismo e do nível de tratamento que a pessoa recebe. Procurar ajuda de outras famílias que tenham parentes com autismo e por profissionais que deem o suporte necessário aos parentes também é uma alternativa interessante.

      Complicações possíveis

      O autismo pode estar associado a outros distúrbios que afetam o cérebro, como a Síndrome do X frágil, déficit intelectual e esclerose tuberosa. Algumas pessoas com autismo podem, também, desenvolver convulsões.
      O estresse de lidar com o autismo pode levar a complicações sociais e emocionais para a família e os cuidadores, bem como para a própria pessoa com autismo. Por isso, acompanhamento psicológico tanto para um, quanto para o outro é essencial.


      Tratamento de Autismo

      Não existe cura para autismo, mas um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas aumentará os interesses da criança com uma programação altamente estruturada de atividades construtivas. Os recursos visuais geralmente são úteis.
      O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.
      Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo:
      • Terapias de comunicação e comportamento
      • Medicamentos
      • Terapia ocupacional
      • Fisioterapia
      • Terapia do discurso/linguagem
      Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao autismo. Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades. Outros procuram ensinar crianças a como agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente. Um desses programas é a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro do espectro do autismo. A ABA usa uma abordagem de aprendizado individual que reforça a prática de várias habilidades. O objetivo é que a criança se aproxime do funcionamento normal do desenvolvimento. Os programas de ABA normalmente são feitos na casa da criança sob a supervisão de um psicólogo comportamental.
      Outro programa bastante recorrente como alternativa de tratamento é o TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza outros recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente.
      O TEACCH tenta melhorar as habilidades e a adaptação de uma criança, ao mesmo tempo que aceita os problemas associados aos distúrbios dentro do espectro do autismo. Diferentemente dos programas de ABA, os programas TEACCH não esperam que as crianças atinjam o desenvolvimento normal com o tratamento.

      Medicamentos

      Não existem medicamentos capazes de tratar os principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões extremas que a criança não pode controlar, hiperatividade, impulsividade, irritabilidade, alterações de humor, surtos, dificuldade para dormir e ataques de raiva.

      Dieta

      Nem todos os especialistas concordam que as mudanças na dieta fazem diferença, nem todas as pesquisas sobre esse método mostraram resultados positivos, mas se você está considerando essas ou outras alterações alimentares como via de tratamento para seu filho, é recomendável uma conversa com um gastroenterologista (especialista no sistema digestório) e com um nutricionista.
      Algumas crianças com autismo parecem responder a uma dieta sem glúten ou sem caseína. O glúten é encontrado em alimentos que contêm trigo, centeio e cevada. A caseína é encontrada no leite, no queijo e em outros produtos lácteos.

      Outras abordagens

      Existem muitos tratamentos anunciados para o autismo que não têm base científica e histórias de "curas milagrosas" que não atendem às expectativas. Se seu filho tem autismo, pode ser útil falar com outros pais de crianças autistas e com especialistas em autismo. Acompanhe o avanço das pesquisas na área, que está se desenvolvendo rapidamente.
      Um exemplo desses tratamentos precoce são as infusões de secretina. Houve muita empolgação com esse método de tratamento no passado. Agora, depois de muitas pesquisas realizadas em vários laboratórios, é possível que a secretina não faça nenhum efeito para crianças com autismo. No entanto, as pesquisas continuam


      Prevenção

      Não há uma fórmula correta para prevenir o autismo, mas estudos recentes mostram que o papel da herança genética para o desenvolvimento do transtorno não é tão grande como se supunha. Os genes desempenham 50% das chances de uma criança vir a ter autismo. Ou seja, em pelo menos metade dos casos não há muito o que fazer contra a genética humana. Mas os outros 50% correspondem a fatores externos, muito relacionados ao ambiente em que a criança cresce e a hábitos comportamentais. Isso abre um campo enorme de pesquisa, especialmente no que diz respeito à prevenção do autismo.

      sábado, 22 de março de 2014

      Proteína animal e cafeína podem ser "ladrões" de cálcio

      O cálcio é um mineral encontrado principalmente no leite e em seus derivados.

      Ele é essencial para a boa saúde dos ossos e dos dentes e a falta dele no cardápio pode causar uma série doenças.

      http://goo.gl/0Djt9h

      Mas o cálcio não interfere apenas na massa óssea. Ele atua também em outras funções do corpo humano, como contrações musculares e estruturas celulares.

      - Cálcio é mais importante para o coração do que se pensava

      "Até os 30 anos de idade, a gente constrói toda a massa óssea que leva para o resto da vida. É nesse período que o corpo absorve e acumula todo o cálcio que é ingerido. Não ingerir a quantidade recomendada predispõe ao surgimento de doenças ligadas à saúde óssea, como osteoporose, osteopenia e fraturas recorrentes nos idosos, entre outras comorbidades", explica o nutricionista Felipe Rizzeto.

      A menopausa também é um período de maior perda óssea por conta da diminuição na produção do hormônio estrógeno; deste modo a oferta adequada de cálcio nesse período é fundamental para a manutenção do conteúdo mineral ósseo.

      Ingestão recomendada de cálcio

      A recomendação, segundo os estudos mais recentes, é de que até os 18 anos o consumo de cálcio varie de 700mg a 1.300mg por dia.

      A partir dos 19 anos, o indicado é que se consuma de 1.000mg a 1.200mg diariamente.

      "Para as gestantes, recomenda-se uma ingestão maior desse mineral por conta da formação do feto e também da fase de amamentação," alerta o nutricionista.

      Absorção do cálcio

      É importante lembrar que alguns alimentos dificultam a absorção do cálcio e aumentam a sua excreção pela urina, tais como proteína animal, cafeína e comidas ricas em carboidratos simples, como açúcares e farinha de trigo.

      Outro risco é uma dieta rica em sal, que também descarta o cálcio do corpo.

      Em contrapartida, alguns alimentos podem facilitar a absorção desse mineral no organismo.

      "A principal delas é a vitamina D, que apesar do nome foi promovida à condição de hormônio há alguns anos. Ela participa ativamente do metabolismo do cálcio," explica o nutricionista.

      Assim, para manter o corpo abastecido com vitamina D é importante tomar sol, já que estudos comprovam que suplementos de cálcio e vitamina D podem piorar a situação, em vez de melhorar.

      Suplemento de cálcio quase dobra risco de ataque cardíaco

      Há ainda o magnésio que é um nutriente importante neste caso, e pode ser encontrado em frutas e verduras.
      Foto: Proteína animal e cafeína podem ser "ladrões" de cálcio

O cálcio é um mineral encontrado principalmente no leite e em seus derivados.

Ele é essencial para a boa saúde dos ossos e dos dentes e a falta dele no cardápio pode causar uma série doenças.

http://goo.gl/0Djt9h

Mas o cálcio não interfere apenas na massa óssea. Ele atua também em outras funções do corpo humano, como contrações musculares e estruturas celulares.

- Cálcio é mais importante para o coração do que se pensava

"Até os 30 anos de idade, a gente constrói toda a massa óssea que leva para o resto da vida. É nesse período que o corpo absorve e acumula todo o cálcio que é ingerido. Não ingerir a quantidade recomendada predispõe ao surgimento de doenças ligadas à saúde óssea, como osteoporose, osteopenia e fraturas recorrentes nos idosos, entre outras comorbidades", explica o nutricionista Felipe Rizzeto.

A menopausa também é um período de maior perda óssea por conta da diminuição na produção do hormônio estrógeno; deste modo a oferta adequada de cálcio nesse período é fundamental para a manutenção do conteúdo mineral ósseo.

Ingestão recomendada de cálcio

A recomendação, segundo os estudos mais recentes, é de que até os 18 anos o consumo de cálcio varie de 700mg a 1.300mg por dia.

A partir dos 19 anos, o indicado é que se consuma de 1.000mg a 1.200mg diariamente.

"Para as gestantes, recomenda-se uma ingestão maior desse mineral por conta da formação do feto e também da fase de amamentação," alerta o nutricionista.

Absorção do cálcio

É importante lembrar que alguns alimentos dificultam a absorção do cálcio e aumentam a sua excreção pela urina, tais como proteína animal, cafeína e comidas ricas em carboidratos simples, como açúcares e farinha de trigo.

Outro risco é uma dieta rica em sal, que também descarta o cálcio do corpo.

Em contrapartida, alguns alimentos podem facilitar a absorção desse mineral no organismo.

"A principal delas é a vitamina D, que apesar do nome foi promovida à condição de hormônio há alguns anos. Ela participa ativamente do metabolismo do cálcio," explica o nutricionista.

Assim, para manter o corpo abastecido com vitamina D é importante tomar sol, já que estudos comprovam que suplementos de cálcio e vitamina D podem piorar a situação, em vez de melhorar.

    Suplemento de cálcio quase dobra risco de ataque cardíaco

Há ainda o magnésio que é um nutriente importante neste caso, e pode ser encontrado em frutas e verduras.

      Infarto em mulheres pode ser confundido com ansiedade

      Segundo pesquisadores, nos hospitais, homens são submetidos a eletrocardiogramas e desfibrilação com mais frequência e rapidez do que as mulheres

      Mulheres costumam recorrer com mais frequência do que homens ao serviço de emergência com dor torácica de origem não cardíaca

      As mulheres correm mais risco do que os homens de morrer de ataque cardíaco devido a um diagnóstico mal feito que atribua seu mal-estar a um ataque de ansiedade, diz um estudo divulgado nesta segunda-feira no Canadá.

      Cientistas da Universidade de McGill pesquisaram a diferença de mortalidade entre homens e mulheres que sofrem ataques do coração. Eles interrogaram 1 123 pacientes de 18 a 55 anos hospitalizados em 24 instituições do Canadá, dos Estados Unidos e da Suíça. Os pacientes, todos com síndrome coronariana aguda, responderam o questionário nas 24 horas posteriores à entrada no centro médico. Ao analisar os dados das mulheres, os cientistas detectaram maior risco de sofrer de diabetes, hipertensão, depressão e ansiedade do que neles, além de mais casos de doenças cardíacas na família.

      Os pesquisadores, cujos estudos são publicados na revista da Associação Médica do Canadá, constataram que, em média, os homens eram submetidos a eletrocardiogramas e desfibrilação com mais frequência e rapidez do que as mulheres. Eles explicam a diferença de tratamento pelo fato de que as mulheres, mais do que os homens, costumam recorrer ao serviço de emergência com dor torácica de origem não cardíaca. Além disso, "a prevalência da síndrome coronariana aguda é menor entre as mulheres jovens do que entre os homens jovens", disse a principal pesquisadora do estudo, Louise Pilote.

      Estes resultados, explicou, sugerem que a equipe médica tem mais probabilidade de confundir um evento cardíaco nas mulheres com sintomas de ansiedade.

      Fontanelas (Moleiras)

      A principal função da fontanela é permitir o crescimento do cérebro após o nascimento do bebê. Durante o primeiro ano de vida, o tecido nervoso é o tecido do corpo que mais cresce e, para isso, necessita de espaço disponível.

      Além disso, a fontanela tem a função de facilitar na hora do parto (parto normal). Os ossos do crânio, por não estarem unidos, se acomodam de forma a facilitar a passagem da cabeça do bebê pela vagina.

      A fontanela fecha-se até o 18º mês de vida da criança, a partir da união dos ossos do crânio, quando o cérebro já alcançou metade do tamanho que terá na fase adulta.

      Fonte: Livro de Anatomia Humana Básica - Dangelo e Fattini 2ª Edição.

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      DOENÇA DE HUNTINGTON: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ALZHEIMER E PARKINSON

      Uma simples mutação genética, transmitida dos pais para os filhos, faz com que a pessoa tenha movimentos involuntários em todo o corpo, como se fossem tiques nervosos, alteração da fala e, em casos mais graves, dificuldade para mastigar e engolir alimentos. Alguns indivíduos também sofrem perdas cognitivas, problemas de memória e alterações na personalidade.

      Muito confundida com problemas neurológicos, como o mal de Parkinson e o de Alzheimer, a doença de Huntington é extremamente rara, afetando de três a sete pessoas a cada 100 mil. Descrito pela primeira vez pelo médico norte-americano George Huntington, em 1872, o distúrbio é incurável e não há tratamentos específicos para retardar seu avanço.

      Reportagem completa:http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2012/03/06/interna_tecnologia,281728/descoberta-forma-de-minimizar-modificacoes-em-gene-que-causa-a-doenca-de-huntington.shtml
      Foto: DOENÇA DE HUNTINGTON: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ALZHEIMER E PARKINSON

Uma simples mutação genética, transmitida dos pais para os filhos, faz com que a pessoa tenha movimentos involuntários em todo o corpo, como se fossem tiques nervosos, alteração da fala e, em casos mais graves, dificuldade para mastigar e engolir alimentos. Alguns indivíduos também sofrem perdas cognitivas, problemas de memória e alterações na personalidade.

Muito confundida com problemas neurológicos, como o mal de Parkinson e o de Alzheimer, a doença de Huntington é extremamente rara, afetando de três a sete pessoas a cada 100 mil. Descrito pela primeira vez pelo médico norte-americano George Huntington, em 1872, o distúrbio é incurável e não há tratamentos específicos para retardar seu avanço. 

Reportagem completa: http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2012/03/06/interna_tecnologia,281728/descoberta-forma-de-minimizar-modificacoes-em-gene-que-causa-a-doenca-de-huntington.shtml

Imagem ampliada: http://imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2012/03/06/281728/20120306094428852549i.jpg

      Diabetes gestacional pode aumentar risco de doença cardíaca na meia-idade

      Em um estudo de vinte anos, cientistas descobriram que a condição é um fator de risco para aterosclerose, moléstia que pode causar infarto e AVC
      Grávida

      Gestantes diagnosticadas com diabetes podem ter maior risco de desenvolver doenças cardíacas na meia-idade, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico Journal of the American Heart Association.

      O diabetes gestacional, que se manifesta durante a gravidez e normalmente some depois do parto, eleva o risco de a mãe desenvolver diabetes no futuro. Durante a gestação, a condição é tratada com dieta, atividade física e, às vezes, insulina e outros medicamentos.
      Saiba mais

      DIABETES GESTACIONAL
      O diabetes gestacional é um distúrbio que acomete de 1% a 3% das grávidas, ocorrendo com mais frequência em mulheres obesas. A maioria das grávidas com diabetes gestacional desenvolve a doença por não conseguir produzir insulina suficiente para regular sua taxa de glicose. O problema pode levar a complicações ao recém-nascido, como icterícia, hipoglicemia e problemas respiratórios. O diabetes gestacional pode levar ainda à hipertensão e à perda de proteínas pela urina durante a gestação. Após o parto, a condição costuma desaparecer. Com o passar dos anos, no entanto, grande parte das mulheres que tiveram diabetes gestacional acabam desenvolvendo diabetes tipo 2.

      Em um estudo de vinte anos, pesquisadores descobriram que um histórico de diabetes gestacional pode ser, isoladamente, um fator de risco para aterosclerose — doença que se caracteriza pelo entupimento dos vasos sanguíneos e pode causar infarto e AVC — na meia-idade, antes do aparecimento de diabetes e de doenças metabólicas.

      "A gravidez não tem recebido a devida atenção como um período da vida que pode sinalizar um maior risco de doenças cardíacas no futuro", diz Erica P. Gunderson, autora do estudo e pesquisadora do instituto de saúde Kaiser Permanente, nos Estados Unidos. "Esse sinal é o diabetes gestacional, uma condição que eleva o açúcar no sangue durante a gravidez."


      No início do estudo, os cientistas mediram os fatores de risco para doenças cardíacas em 898 mulheres de 18 a 30 anos, que mais tarde engravidaram uma ou duas vezes. Ao longo de vinte anos, repetiram os exames. Um deles, realizado em média doze anos depois da gravidez, em mulheres de 38 a 50 anos, avaliava a espessura da parede da artéria carótida, relacionada ao risco de ataque cardíaco e AVC.

      Das participantes, 119, ou 13%, desenvolveram diabetes gestacional. Os cientistas descobriram que a espessura da camada íntima-média da artéria carótida era 0.023 milímetro maior nas voluntárias que manifestaram diabetes gestacional do que naquelas que não sofreram o problema. "Essa descoberta indica que um histórico de diabetes gestacional pode influenciar o desenvolvimento de aterosclerose antes do desenvolvimento de diabetes e doenças metabólicas.", afirma Erica.

      quarta-feira, 19 de março de 2014

      DOR LOMBAR


      Sinônimos:
      lombalgia, doença postural da coluna vertebral
      Oitenta por cento dos seres humanos sentem dor lombar (lombalgia) em algum momento de suas vidas. Uma proporção menor tem dor cervical (pescoço) e na nuca, sendo que outros sentem dorsalgia. A maioria destas pessoas pode manter suas atividades habituais, mas as cumprirão com períodos de desconforto ou dor. Cerca de 30% desse grupo faltará ao trabalho devido à lombalgia.
      Quais as causas de lombalgia?
      Na grande maioria das vezes, a dor se relaciona com problemas mecânicos da coluna vertebral, isto é, com defeitos na sua função. O tratamento principal é normalizar a função, isso podendo ser obtido com exercícios e outros cuidados posturais.
      Outras causas são também freqüentes: 
       
      osteoartrite (artrose) das articulações intervertebrais e
      desestruturação do disco intervertebral (discopatia degenerativa.)
      Menos encontradas: 
       
      espondilolistese,
      sacralização da apófise transversa da 5a vértebra lombar uni ou bilateral,
      síndrome do músculo piriforme e
      doenças das articulações sacro-ilíacas.
      Este capítulo é dedicado à postura, porque prevenção ou correção de má postura previnem, melhoram ou corrigem a maioria dos problemas que levam a lombalgia.
      O que é postura?
      Postura é a posição do corpo.
      Boa postura pode ser definida como o arranjo harmônico das partes constituintes do corpo, tanto em posição estática (parado) como em diferentes situações dinâmicas (movimento e força).
      Quando se fala em coluna, postura é a coluna vertebral ereta estática (parado na posição de pé).
      A posição ereta é obtida através dos tecidos moles da coluna vertebral: músculos, ligamentos e cápsulas articulares.
      Boa postura é o resultado da capacidade que ligamentos, cápsulas e tônus muscular têm de suportar o corpo ereto, permitindo sua permanência em uma mesma posição por períodos prolongados sem desconforto. Uma postura aceitável também deve ser esteticamente apreciável.
      Portanto, quando alguém cansa em uma fila de cinema, sente desconforto ou dor, se fica muito tempo assistindo TV, ou precisa sair cedo da cama no domingo porque dóem as costas, há sintomas de doença postural da coluna vertebral.
      Desse modo, o exame postural é a avaliação da posição da coluna vertebral, das relações das suas curvaturas entre si e dos elementos envolvidos na sua harmonia ou desequilíbrio.
      O exame postural é parte da avaliação física do aparelho locomotor e deve ser complementado pelo estudo cinético (movimentos) da coluna vertebral para adequada interpretação funcional das queixas ou achados eventualmente encontrados.
      O que é a coluna vertebral? Como ela funciona?
      A coluna vertebral é um conjunto de vértebras e discos sobrepostos.
      Duas vértebras separadas por um disco intervertebral formam uma unidade.
      O segmento anterior da unidade funcional está preparado para suportar peso, absorver choque e ter flexibilidade. No segmento posterior localizam-se as estruturas nervosas (medula e raízes nervosas) e um par de articulações que orientam os movimentos de cada unidade. Completam os constituintes da coluna ligamentos que têm função de sustentação e músculos.
      A coluna vertebral estática
      Vista de lado, a coluna vertebral tem quatro curvas fisiológicas: as lordoses cervical e lombar e as cifoses dorsal e sacra. Ela é sustentada pelo sacro, que se situa entre os ilíacos. A última vértebra lombar e a primeira vértebra sacra assumem um ângulo fisiológico que orienta a posição da coluna vertebral . O ângulo lombo-sacro é determinado pelo desenho de uma linha paralela à superfície superior do sacro dirigida a uma linha horizontal e mede ao redor de 30 graus. Ele depende da posição da pelve a qual, por sua vez, é equilibrada centralmente em um eixo transverso que se situa entre as articulações coxo-femurais (coxas com a bacia). Qualquer movimento rotatório da bacia modifica o ângulo lombo-sacro. A inclinação anterior (elevação da região anterior da bacia) o diminui e o movimento inverso, inclinação posterior, posiciona o sacro em direção horizontal, aumentando o ângulo lombo-sacro e a lordose lombar.
      A posição da bacia se mantém por meio de controle ligamentar das articulações coxo-femurais. Em bipedestação, a extensão das articulações coxo-femurais é limitada à posição neutra pelos ligamentos ileopectíneos, que são espessamentos dos tecidos capsulares anteriores das articulações coxo-femurais. A pelve também é sustentada pelo tensor da fascia lata, que reforça a posição dos quadris e evita hiperextensão dos joelhos; essa fascia tem sua inserção proximal na crista ilíaca e distal no trato ileotibial na face lateral do joelho. A sustentação dos membros inferiores se faz, nos joelhos, por meio da cápsula articular posterior e ligamentos, não havendo necessidade de contração dos quadríceps. Há pequena contratura da musculatura da panturrilha dispendendo mínima energia. Pode-se observar, então, que a manutenção da postura ereta é essencialmente relacionada aos ligamentos com mínimo gasto de energia.
      Vista de frente, a coluna vertebral normal não deve ter desvios laterais ou esses devem ser mínimos. Isso requer um sacro adequadamente alinhado, isso é, horizontalizado. O que determina a horizontalização do sacro é a igualdade de comprimentos dos membros inferiores. Assimetria de desenvolvimento da pelve também é causa de desvio do sacro, apesar de rara.
      Em ambas situações, haverá diminuição da altura da bacia no lado afetado e o sacro ficará inclinado e, conseqüentemente, haverá uma atitude escoliótica (não é escoliose verdadeira) secundária com assimetria e sobrecarga nas articulações entre as vértebras. Se a escoliose não for corrigida, desenvolvem-se alterações estruturais nas facetas articulares e nos discos intervertebrais devido a sobrecarga assimétrica.
      O desequilíbrio funcional da coluna vertebral
      O equilíbrio da coluna vertebral deve ser mantido contra a gravidade, usando-se um mínimo de energia e provocando o menor desgaste possível. A fim de minimizar o consumo de energia, os músculos não participam de modo importante dessa função, cabendo aos ligamentos e cápsulas a principal ação de sustentação. Quando a tensão sobre os ligamentos excede limites fisiológicos ocorre contratura muscular isométrica reflexa (os músculos ficam contraídos sem movimentar-se) protegendo-os de mais alongamento.
      A contratura muscular sustentada leva a fadiga e conseqüente incapacidade de proteção ao alongamento excessivo. Numa primeira fase de sobrecarga postural, os pacientes referem desconforto e fadiga, sendo a dor de partes moles um evento posterior.
      São numerosos os fatores envolvidos no que se pode denominar doença postural da coluna vertebral.
      Entretanto, quatro são predominantes na sua influência e freqüência: 
       
      Hiperlordose lombar (lordose é a posição côncava; hiperlordose é excesso de concavidade).
      Postura esteticamente normal, mas musculatura despreparada e/ou insuficiente flexibilidade dos tecidos moles
      Anomalias estruturais congênitas ou adquiridas (neurológicas, musculares, esqueléticas, ligamentares).
      Posturas adquiridas por mau hábito ou treinamento inadequado durante os anos de desenvolvimento.
      1. Hiperlordose lombar
      A grande maioria das pessoas com dor lombar estática possuem hiperlordose.
      São exemplos de posturas hiperlordóticas transitórias que podem provocar dor: 
       
      gravidez,
      dormir de barriga para baixo em colchão mole,
      usar calçados com saltos altos (projeta o corpo para frente e obriga a postura hiperlordótica para reequilibrá-lo)
      sentar-se em cadeiras sem encosto adequado.
      Nessas situações, desfazendo-se a lordose excessiva, a dor alivia ou desaparece.
      Os mecanismos que levariam esses pacientes a sofrer dor poderiam ser entendidos por: 
       
      As facetas articulares se aproximam e a compressão excessiva levaria a dor;
      Os orifícios intervertebrais têm seu diâmetro diminuído e as raízes nervosas sensitivas que se dirigem aos músculos, articulações e ligamentos são comprimidas;
      O disco faz protrusão posterior, pressionando o ligamento longitudinal posterior e irritando terminações nervosas.
      Os estímulos transmitidos pelas fibras sensitivas iniciam uma reação reflexa que leva à contratura muscular excessiva a qual tem a intenção de proteger a unidade funcional comprometida. Porém, a contração muscular sustentada torna-se um novo local de dor e, complicando mais ainda, a contração intensa também comprime os tecidos injuriados, fechando um círculo vicioso dor-contratura-dor.
      Esse modelo conceitual de dor lombar relacionada com hiperlordose tem sido aceito por mais de cem anos.
      Entretanto, ocasionalmente, a patogênese da lombalgia seria a permanência em flexão lombar por tempo prolongado, como ocorre com o homem moderno que gasta a maior parte do tempo sentado. Nessa posição, os tecidos posteriores são alongados em excesso e permitem que o disco intervertebral seja empurrado para trás.
      O tratamento, nesses casos, é promover exercícios que fortaleçam os músculos extensores, recriando a lordose anatômica.
      Cabe ao médico determinar se os sintomas do paciente se devem a hiperextensão ou hiperflexão. Provocar a dor ao reproduzir a posição anormal esclarece a fisiopatogenia de cada situação em particular.
      2. Doença postural relacionada com músculos fracos e/ou rigidez músculo-ligamentar
      Uma situação muito freqüente como causa de lombalgia é coluna vertebral normal mas músculos abdominais fracos. São necessários músculos abdominais potentes para sustentar a pressão exercida pela cavidade abdominal e, também, equilibrar as forças dos músculos eretores da coluna; caso contrário, haverá tendência crescente em aumentar a lordose lombar.
      Outra condição freqüente e importante (e muitas vezes não identificada) de lombalgia é a falta de flexibilidade dos músculos e ligamentos posteriores da coluna lombar, das coxas e das pernas.
      A coluna lombar flexiona 45 graus. Para uma flexão adequada, os músculos eretores, suas fáscias e os ligamentos longitudinais devem ser suficientemente extensíveis.
      Após os 45 graus de flexão da coluna lombar, o restante do movimento do tronco se faz através da flexão da pelve. A rotação anterior da pelve é feita ao redor das articulações coxo-femurais e é limitada pelo comprimento e grau de alongamento dos músculos posteriores das coxas e pernas.
      Se os tecidos não têm ou não estão com flexibilidade suficiente, a tentativa de atingir a amplitude máxima provocará dor devido ao alongamento excessivo e, eventualmente, dano estrutural.
      3. Anomalias estruturais congênitas ou adquiridas
      Ao se avaliar a coluna vertebral ereta, devem ser procurados defeitos nos membros inferiores ou na própria coluna. Há várias causas de assimetria de comprimento de membros inferiores. Diferença de até 1 cm é considerada normal e só deve ser valorizada se não se encontrar nenhuma outra causa para dor ou desconforto interpretada como de origem postural.
      Causas de encurtamento de membro inferior 
       
      Hipoplasia congênita
      Poliomielite
      Pós-fratura
      Genuvalgo ou varo assimétrico
      Genurecurvatum assimétrico
      Contratura assimétrica da panturrilha com pé eqüino
      Dispraise de quadrilles
      Coxartrose
      4. Posturas adquiridas por mau hábito ou durante os anos de desenvolvimento
      A influência dos padrões culturais, sociais, profissionais, hábitos, treinamento e psiquismo sobre a postura são importantes e muito numerosos, sendo, muitas vezes, difícil identificá-los. A associação de fatores, inclusive com os estruturais, complica mais ainda o problema.
      Devem ser mencionados os gestos profissionais assumidos tanto na posição de pé como sentada, os diferentes modelos de assentos que provocam sobrecargas e alongamentos excessivos e os diferentes modos de sentar, inclusive no chão, influenciados por razões culturais incluindo as religiosas.
      O psiquismo contribui de modo importante sobre a postura. A postura é a linguagem do corpo. Em parte, nós nos movemos e paramos como nos sentimos.
      Os indivíduos deprimidos mantêm-se numa posição "caída", com o tronco curvado e os ombros projetados para a frente, assemelhando-se a uma pessoa muito cansada. Essa postura leva a estiramento anormal de ligamentos e dor, tornando-se muito fatigante, pois mantê-la leva à sobrecarga dos músculos extensores, adicionando um cansaço fisiológico à sensação psicológica preexistente.
      Dor é uma sensação psicológica. Ela é sentida por alguém que posteriormente a descreverá, aí colocando sua reação à dor e sua interpretação do significado de seu sofrimento. Um observador experiente deve saber discernir entre o que podemos chamar de dor física e amplificação da dor que se observa em pacientes com severos distúrbios emocionais.
      Também os indivíduos hipercinéticos, devido à agressividade, e os ansiosos, que se mantêm persistentemente tensos, demonstram seus sentimentos na postura.
      Sua posição é de desequilíbrio, ficando o tronco anteriormente ao centro de gravidade e todos os músculos num constante estado de contração sustentada.
      É comum encontrar meninas adolescentes com alta estatura que tentam diminuí-la curvando o dorso (dorso curvo da adolescente). Também podem modificar sua postura as adolescentes com seios volumosos e os de baixa estatura.
      A prática de esportes durante os anos de desenvolvimento pode levar a assimetria corporal, como acontece em jogadores de basquete e tênis.
      Também entre crianças e adolescentes os distúrbios psíquicos colaboram de modo importante para atitudes posturais inadequadas.
      Todos os padrões de postura adquiridas no período de crescimento podem se perpetuar e tornarem-se problemas na fase adulta. Os tecidos desenvolvem-se de acordo com os estímulos ocorridos e podem terminar seu crescimento de modo defeituoso.